sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A nossa teoria conspiratória de cada dia

Acho que nenhum país do mundo tem tantas teorias conspiratórias quanto o Brasil. Obcecado que sou por aspectos culturais no comportamento das pessoas, vejo isto como um reflexo da nossa aversão à meritocracia; somos incapazes de acreditar que é possível vencer na vida apenas pelo trabalho e pela competência, portanto estamos sempre dispostos a aceitar como verdadeira qualquer hipótese que negue este fato.
No futebol, nossa obsessão maior, isto é quase um dogma; sempre que um time é campeão de qualquer coisa, logo aparecem os famigerados teóricos da conspiração, demonstrando, por A mais B, que houve favorecimento de arbitragem, ou da Rede Globo, ou sabe Deus de quem.
Neste particular, adoro a teoria (adotada como verdade absoluta por um monte de gente boa que conheço) sobre uma possível entrega, por parte do Brasil, da final da Copa de 98 para a França (aquele jogo em que o Ronaldo Fenômeno teve uma estranha convulsão). Um simples raciocínio lógico nos mostra que nunca, em tempo algum, um jogador iria aceitar entregar um jogo como aquele (final de Copa do Mundo), e depois ficar calado para sempre. Só para ter uma ideia, naquele grupo estavam Tafarel, Cafu, Leonardo, Dunga, Bebeto, enfim, um monte de profissionais sérios, que jamais aceitariam participar de uma marmelada destas. Mas o brasileiro sempre prefere acreditar na vitória das forças do mal...
Enfim, como o meu objetivo não é ser sério, pelo menos com relação a este tipo de palhaçada, aproveitei um destes textos apócrifos que circulam na Internet, dei uma ajeitada e apresento, abaixo, a maior de todas as teorias conspiratórias; a que prova que não apenas esta, ams todas as dezenove copas já realizadas foram decididas fora do campo de jogo. E o mais engraçado é que muitas coisas se encaixam... Enfim, leia e acredite... se quiser.
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Uruguai 1930: Para popularizar o novo esporte, nada como uma vitória do time da casa, não é mesmo? A Argentina entregou a final, porque a FIFA garantiu que ela sediaria uma Copa 48 anos depois, e seria campeã nem que fosse na marra.
Itália 1934: A FIFA já tinha combinado com o Uruguai em 1930 que ele ficaria fora das duas próximas copas. Mais uma vez o vencedor foi o time da casa (ou vocês acham que o Mussolini ia deixar barato?).
França 1938: Jules Rimet, então presidente da FIFA, convence o governo de seu país que a França deve dar um exemplo de fair-play, sendo o primeiro time a perder uma copa em casa. Hitler invade a Áustria só para enfraquecer o time deles e deixar o caminho livre para o bi da Itália (que fazia parte do Eixo, não esqueçam).
Brasil 1950: O Brasil entrega a final, em troca de um tri-campeonato nos próximos vinte anos. O goleiro Barbosa ganha um monte de dinheiro da FIFA para deixar entrar o segundo gol do Uruguai, mas finge ser pobre até o fim da vida, para disfarçar.
Suíça 1954: A FIFA, seguindo o plano Marshall, arruma as coisas para a Alemanha ganhar, para compensar um pouco as humilhações do final da guerra.
Suécia 1958: A FIFA paga o primeiro dos títulos ao Brasil, e, depois da semifinal (entregue pela França), sela mais um acordo, pelo qual os franceses não perderão para os brasileiros nas próximas doze copas.
Chile 1962: Foi acertado que chegou a hora da América do Sul ter um bicampeão consecutivo (afinal, a Europa já tinha um). Pelé simula uma contusão, para que o torneio pareça mais equilibrado, mas é tudo mentira.
Inglaterra 1966: Afinal o país que inventou o futebol ganha a sua copa. Os alemães aceitam ser roubados na final com a promessa de sediar a Copa e ganhá-la em 74.
México 1970: Fechado o pacote de recompensas ao Brasil pela entrega da final de 50. João Havelange é indicado para presidente da FIFA; em troca, fica acertado que o Brasil não será campeão pelos próximos 24 anos.
Alemanha 1974: Repete-se a fórmula de 1954; um time encanta, mas não ganha, e os pragmáticos alemães levam o título, cumprindo o acordo de 1966.
Argentina 1978: A conta de 1930 é paga finalmente. A coisa era prá ser discreta, mas os peruanos exageraram no fingimento, o que obriga a FIFA a prometer que os argentinos ainda vão ganhar mais uma, só que desta vez jogando bola.
Espanha 1982: Está na hora da Itália voltar a vencer. Para ganhar dinheiro com apostas, o presidente da FIFA manda os italianos se classificarem na primeira fase com três empates sofridos, e os adversários do Brasil levarem goleadas. É claro que isto gera uma dívida com o Brasil, que será paga em 94.
México 1986: Esta copa era pra ser na Colômbia, mas a FIFA manda os guerrilheiros criarem um caos e leva o campeonato para o México. Os adversários são orientados a deixar o Maradona passar sempre por eles, e “Don Diego” se torna campeão no mesmo estádio que aplaudiu Pelé em 70, só para satisfazer seu ego ridículo.
Itália 1990: Nada melhor que comemorar a unificação alemã com um título, ou vocês acham que a FIFA ia deixar passar uma oportunidade destas? Em troca os alemães acertam que, quando a copa for na Alemanha, a Itália será campeã.
Estados Unidos 1994: A idéia era que os americanos chegassem à final (porque vocês acham que o Leonardo agrediu aquele jogador deles?). Só que esqueceram de avisar o Romário, e o Brasil venceu o jogo. A FIFA manda o Baggio chutar o seu pênalti por cima da trave, por achar que um sujeito com um penteado ridículo daqueles não merecia erguer a taça. Em troca, o Brasil promete perder a próxima.
França 1998: A FIFA paga a dívida de 1958 com os franceses. A defesa brasileira deixa Zidane fazer dois gols de cabeça, mas ele jura que vai dar uma cabeçada em alguém se algum dia a França voltar a uma final de copa. Ronaldo finge uma convulsão para atrapalhar o time; em troca, a FIFA, a Nike e o Galvão Bueno garantem que ele será o artilheiro e campeão na próxima Copa.
Coreia do Sul e Japão 2002: A vitória do Brasil já era certa, mas a FIFA manobra para que a Coreia chegue até a semifinal, de olho no mercado asiático. Isto obriga a roubalheiras incríveis nos jogos dos coreanos contra Itália e Espanha, que aceitam a sujeira com a promessa de que serão os próximos campeões.
Alemanha 2006: Cumpridos os acordos de 1990, 1998 e 2002; Itália campeã e Zidane expulso na final. Materazzi ganha uma indenização milionária, além de um fim de semana com a irmã do Zidane numa ilha de nudismo.
África do Sul 2010: Cumprido o acordo de 2002 (só faltava acertar com a Espanha, mesmo). O polvo Paul é uma farsa; como a FIFA já sabia todos os resultados, a comida colocada na caixinha dos times perdedores é de plástico. Alguns dirigentes ficam milionários com apostas.
Brasil 2014; As negociações estão em andamento. Para dar o título ao Brasil, a FIFA exige, entre outras coisas, que o Dunga seja contratado como comentarista pela Rede Globo, e que o Mick Jagger não receba visto de entrada no País durante a Copa. Os paraguaios querem ser no mínimo semifinalistas, e para isto garantem que a Larissa Riquelme vai participar da troca de camisas no fim dos jogos. Já os espanhois querem o bicampeonato e para isto aceitam que o Neymar fique jogando no Santos até a copa. E além disto (invente qualquer outra coisa. No fim, sempre vai ter alguém que vai acreditar...).
Um abraço e até a próxima.